quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pra início de conversa...



Todos nós um dia em nossas vidas percebemos que somos gratos a nossos pais e assim devemos ser eternamente. Pela nossa formação, pela educação, pelo carinho, pelos muitos reais dispensados em nosso favor pra que conseguíssemos ser pessoas civilizadas, cidadãos de bem e tudo aquilo que eles, que nos criaram, sonharam que fôssemos. E assim eu sou! Graças a Deus, muito bem educado, da forma como eu realmente acho que deveria ter sido. E dessa parte da educação, dos bons modos, dos ensinamentos que me fizeram ter os interesses que hoje tenho, os créditos são praticamente todos da minha mãe, como não poderiam deixar de ser. Eu diria que 95% dos ensinamentos relevantes a um ser humano, daqueles que se dividem entre pai e mãe, na verdade foi a minha mãe quem se desdobrou de mil formas pra eu os adquirisse.
Mas um e praticamente APENAS um veio do meu pai, e veio com um fervor tamanho que acredito que se equivaleu a todos aqueles outros de origem materna que eu já citei. E pra ser tão importante assim você muito provavelmente deve estar imaginando algo como o interesse pelos estudos, a vontade de ajudar o próximo, a ambição positiva em crescer na vida. Mas não foi nada parecido, foi algo muito mais importante, muito mais ilustre, bem mais célebre. Daquelas qualidades notáveis que não se fazem presente na vida de qualquer ser humano. E pra que todos entendam, eu faço questão de explicar que não sou eu o notável, o célebre, ou o importante, mas sim essa virtude que me escolheu e que meu pai me ensinou a cultivar e a cada dia desenvolver com mais paixão.
Essa virtude que me acompanha desde os meus primeiros minutos de vida é o amor pelo Botafogo. Na maternidade eu tive a sorte de ser coberto por um manto alvinegro no meu primeiro sono e sinto como se ele nunca tivesse sido tirado do meu corpo, nem após o rebaixamento em 2002, nem após o tri-vice recente e muito menos após o fatídico e mentiroso 6 a 0 para o time da Colina. Pois os meus ensinamentos, no que diz respeito ao futebol e principalmente ao Botafogo, foram muito além de uma simples escolha futebolística. Foram verdadeiras aulas sobre a emoção presente no campo em que pisavam Garrincha, Didi, Nilton Santos, Quarentinha, Heleno, Manga, Túlio Maravilha e tantos outros(mas tantos MESMO) que ajudaram a escrever uma das maiores e mais gloriosas histórias de um clube que pra mim tornou-se mais que um simples time de futebol...Tornou-se a viagem pra ver os onze homens de preto e branco jogarem, a garganta arranhada após noventa minutos de apoio incondicional, a discussão ferrenha com amigos pra defender o preto e o branco.
A paixão cresceu talvez até mais do que o "professor" poderia imaginar. E sem dúvida será passada pra frente!
Aqui expresso a gratidão pelos ensinamentos tão valorosos que fazem de mim hoje um alvinegro orgulhoso, acima de tudo, da camisa gloriosa que quase diariamente visto e mostro a quem quiser ver. E com a certeza de que ele não ficará triste pelo empréstimo das palavras, eu faço minhas as palavras do mestre, Armando Nogueira:

"O Botafogo é bem mais que um clube - é uma predestinação celestial. Seu símbolo é uma entidade divina. Feliz da criatura que tem por guia e emblema uma estrela. Por isso é que o Botafogo está sempre no caminho certo. O caminho da luz. Feliz do clube que tem por escudo uma invenção de Deus."